Escrito no século XIX e mais conhecido apenas por “Frankenstein”, o romance gótico de terror, da autora britânica Mary Shelley teve a sua primeira versão publicada em 1818, mas somente na terceira edição, revisada e adaptada, foi que à autora recebeu os devidos créditos, sendo também a de mais sucesso, dando ao personagem fama mundial. Afinal quem não conhece a figura aterrorizante de Frankenstein?
A obra surgiu do encontro da autora com amigos quando ficaram confinados na mesma casa, por problemas climáticos. Para passar o tempo faziam desafios de quem contasse a melhor história de terror. Foi assim que de um passatempo surgiu um clássico literário.
Com mais de quinhentas edições em todo mundo e com o passar do tempo e também influências externas, a história e o monstro inicialmente imaginados pela autora foram sofrendo constantes alterações.
Sobre Mary Shelley
Mary Shelley foi uma escritora britânica, nasceu em Londres, em 30 de agosto de 1797. Filha de intelectuais, sempre esteve envolvida no meio literário. Foi a primeira mulher a escrever uma ficção científica.
Por incrível que possa parecer, inicialmente a história de Prometeu moderno não teve uma boa aceitação, recebendo muitas críticas, sendo a mais dura delas a de que a obra tinha sido escrita por uma mulher, mais uma barreira dentre as várias que a autora teve que enfrentar ao longo de sua carreira como escritora.
Morreu em 01 de fevereiro de 1.851, aos 53 anos de idade, em Londres, deixando várias obras conhecidas, sendo a de mais sucesso, sem dúvida, a de Frankenstein.
Porque Mary Shelley escreveu este livro
Mary Shelley começou a escrever a obra porque durante um feriado em que ela e seu noivo estavam de férias com amigos em Genebra, na Suíça, cidade onde se passa a maior parte do enredo, por questões climáticas, não podiam sair muito de casa. Todos eram do meio literário e passavam o tempo conversando sobre teorias a respeito de acontecimentos e coisas sobrenaturais. Dessas conversas surgiu a ideia sobre quem seria capaz de escrever a melhor e mais assustadora história de terror. A escritora começou a partir daí seus primeiros esboços da narrativa.
Um dos grandes motivos da escritora ter seguido adiante com a ideia de escrever o seu livro foi o apoio e incentivo do seu futuro marido, que a ajudou a converter a história de terror científico em um romance.
O êxito de Frankenstein ou o Prometeu moderno
Apesar de ser uma obra muito questionada moralmente e mesmo com todo o rechaço inicial que sofreu, Mary Shelley conseguiu superar todas as questões morais e feministas da época e publicar uma obra que atualmente está imortalizada, um mito que mesmo depois de 200 anos ainda é considerado referência literária em vários países.
Tamanha ainda é a sua importância no meio literário, que em 2018 celebraram o seu bicentenário, sendo elegida uma das obras mais importantes da categoria ficção científica. No Reino Unido, foi feita uma edição especial das moedas de £ 2 para celebrar a data.
De que trata esta obra
É uma história que teve inspiração no mito grego de Prometeu, que era o defensor da humanidade e reconhecido por sua inteligência. Na obra a escritora menciona esse mito, mas descontruindo-o. O romance conta a história de Victor Frankenstein, um estudante de ciências que contrói um monstro no seu laboratório. O enredo traz a história do estudante, da sua infância e de como e porquê decidiu criar essa criatura monstruosa. Depois de dois anos termina a sua criação, mas se arrepende e foge, levando consigo a culpa por ter criado um monstro e por vários acontecimentos que se passam durante toda a narrativa.
Quem conta toda a história é o próprio Victor Frankenstein ao capitão de um navio que o encontrou à deriva no mar já em seu leito de morte, e esse reproduz toda a narrativa através de cartas à sua irmã.